AGE: Um Recreio para Todos
AGE: Um Recreio para Todos, para “grandes” e “pequenos”
A existência de um recreio conjunto, partilhado entre os meninos da infantil e os do 1.º ciclo, foi o grande tema em discussão na Assembleia Geral de Escola (AGE), realizada no dia 19 de fevereiro, que contou com a participação dos alunos, dos professores e das funcionárias.
Este tinha sido um dos assuntos levantados na primeira Assembleia Geral, realizada no 1.º período, cuja discussão tinha ficado adiada, uma vez que necessitava de um tempo para debate, destinado a discutir as regras que garantissem as melhores condições de convivência de “pequenos” e “grandes” no mesmo espaço.
Os adultos da escola debateram esta questão em equipa, em reunião do conselho de docentes e em reunião com as auxiliares, no sentido de criar as condições para que esta proposta dos alunos pudesse ser concretizada. Foi abordada a necessidade de acautelar a segurança das crianças, nomeadamente dos mais pequenos, bem como a gestão das funcionárias, tendo ficado decidido que também haveria circulação das auxiliares da infantil e da primária pelos dois espaços.
No dia da Assembleia Geral, os alunos de todas as idades estavam muito atentos à discussão de um assunto que dizia respeito a todos e que resultava de uma vontade comum claramente expressa perante o coletivo. Desde os mais novos aos alunos mais velhos da escola, os meninos tiveram oportunidade de usar da palavra para expor as suas sugestões e refletir sobre as propostas apresentadas pelos colegas.
Dias de recreio conjunto
A primeira questão teve a ver com a generalização dos recreios conjuntos, tendo-se achado que era mais sensato ter um período experimental de dois recreios por semana para avaliar como corriam os mesmos e proceder a ajustes nas regras, antes de um eventual alargamento desta forma de funcionamento.
Assim, quais seriam os dois melhores dias para dar início aos recreios conjuntos? Avançou-se com as terças e quintas, mas quando se abordou a questão do campo de jogos, verificou-se que a quinta-feira estava atribuída a uma determinada turma do 1.º ciclo, sendo preferível optar pelo dia em que o campo era de todos, ou seja, a sexta-feira.
A gestão dos baloiços
A segunda questão levantada prendeu-se com as regras de utilização dos baloiços da infantil e do 1.º ciclo, tendo sido avançadas as seguintes propostas:
• Os alunos poderem utilizar livremente os dois baloiços;
• Os alunos da infantil poderem utilizar os baloiços do 1.º ciclo, mas os do 1.º ciclo não poderem utilizar os da infantil, por serem demasiado pesados para a estrutura dos baloiços;
• Os baloiços poderem ser ambos utilizados por um menino da infantil e outro da primária, de modo a promover a convivência na utilização dos equipamentos e a não sobrecarregar demasiado a estrutura dos baloiços da infantil.
Esta última proposta reuniu o consenso da maior dos participantes da Assembleia, mas ficou de se avaliar previamente a segurança do equipamento da infantil, tendo em conta o peso dos eventuais utilizadores. Antes disso, a gestão dos baloiços não é alterada.
Segurança no campo de jogos
Outra das questões levantadas foi a gestão da ocupação do campo de jogos do recreio do 1.º ciclo. Os alunos mais velhos demonstraram preocupação com a segurança dos mais pequenos, colocando a questão de terem receio de os magoar, sem querer, se eles passassem, inadvertidamente, no campo de jogos.
Falou-se no cuidado que os mais crescidos deveriam ter com os mais novos, às terças-feiras, e propôs-se que às sextas-feiras, o dia de todos, o campo de jogos fosse atribuído à infantil no recreio do almoço.
Outros assuntos
Ainda se começou a abordar o assunto das andas, mas devido ao adiantado da hora, ficou decidido que esta questão seria mais aprofundada na próxima Assembleia. Avançou-se que as andas deveriam ser passadas a outro colega, depois de se contar até 200, e que poderiam se adquiridos novos pares de andas, nomeadamente destinados aos mais pequenos.
Nesta Assembleia, dirigida por dois alunos do 4.º ano, o Gustavo e a Patrícia, duas professoras, Leonor Braga e Daniela Branco, e uma auxiliar, Marisa Marcelino, não houve tempo para terminar o assunto das andas, tendo ficado adiado para a próxima reunião, na qual se voltará certamente a debater a questão dos recreios conjuntos, certamente com um maior conhecimento de causa.
Ainda houve tempo para que uma criança constatasse: “Mas hoje é terça-feira!”. Logo outra perguntou: “Então os recreios conjuntos começam já hoje, não é?”. A resposta do coletivo foi que sim, que os recreios conjuntos começavam nesse próprio dia, 19 de fevereiro. À hora do almoço, o tempo não avançava e a impaciência crescia: “Quando é uma e meia?”.
Quando as auxiliares disseram as tão aguardadas palavras “Está na hora!”, foi ver pequenos e grandes a circular entre os dois espaços. Pouco tempo depois, os grandes jogavam no campo de jogos com uma multidão de pequenos a assistir. “Já temos adeptos!”, exclamaram os mais velhos. Quem sabe se um dia, nos próximos tempos, os mais velhos não irão ensinar aos mais novos as regras dos jogos? Faz parte da condição de ser pessoa querer sempre ir um pouco mais longe…
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